Jacques Delors presidiu a Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, da UNESCO. Durante o seu trabalho, apontou a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida fundamentada em quatro pilares:
Aprender a conhecer – É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que este não seja efémero e para que se mantenha ao longo do tempo. É necessário também valorizar-se a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente, para se poder pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar a forma de o pensar.
Aprender a fazer – Não basta apenas a preparação para a inserção no mundo do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações, trabalhar em equipa, e, para isso, é necessário ter a capacidade de ter espírito cooperativo e humildade quanto à aceitação da opinião do outro. É igualmente necessário ter iniciativa e intuição, correr riscos , saber comunicar, resolver conflitos e ser flexível.
Aprender a conviver – No mundo atual, é importantíssimo viver com os outros, compreendê-los, desenvolver a perceção de interdependência, administrar conflitos e participar em projetos comuns, valorizando-se o esforço comum.
Aprender a ser – É importante desenvolver a sensibilidade, o sentido ético e estético, a responsabilidade pessoal, o pensamento autónomo e crítico, a imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa de ser integral, não se podendo negligenciar as potencialidades de cada indivíduo.
O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante dos professores deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas para que, assim, o aluno, no seu futuro, seja socialmente competente.